As dimensões bioéticas da velhice

Autores

  • Fernando Lolas Stepke Universidad de Chile

Resumo

O aumento no contingente de idosos e a maior longevidade dos seres humanos traz, em conseqüência, uma alta demanda de serviços de saúde nas etapas finais da vida.

Há uma associação estreita entre envelhecimento e os processos que alcançam os planos biológico, social, biográfico e a morte o que resulta em profundas transformações culturais.

A velhice é uma etapa de perda e menosvalia em todas as dimensões, sobretudo na biológica onde perde-se funções vitais o que resulta em expressiva transformação negativa. Juntamente com as variáveis biológica e biográfica, ocorre, também, a de âmbito social que envolve uma estimação valórica.

À etapa biográfica da velhice expressada por alguns atributos exteriores, juntam-se, de acordo com o relógio social de cada comunidade, certos deveres e direitos.

Toda norma de comportamento carece de sentido se não há liberdade para aceitá-la ou rejeitá-la, somente assim pode-se exercer o diálogo obrigatório na vida social. Quando isso não ocorre perde-se a identidade própria como agente moral e/ou como pessoa autônoma.

A ética da qualidade de vida na velhice deve repensar sobre expectativas sóbrias, modestas e realizáveis.

O diálogo é a ferramenta mais importante que o discurso bioético oferece às sociedades modernas.

A medicina com metáfora social básica incorpora em suas práticas formas de ajuda e inserção social que incidem nos cuidados dispensados às pessoas com idade avançada.

Palavras-chave:

Ancianidade, envelhecimento, sociedade, cultura, identidade, diálogo, bioética, qualidade de vida.

Biografia do Autor

Fernando Lolas Stepke, Universidad de Chile

Profesor Titular, Facultad de Medicina de la Universidad de Chile. Director Programa Regional de Bioética OPS/OMS.